terça-feira, 30 de abril de 2013

Logo o vento muda

Seus cabelos grisalhando. O tempo é implacável. E nós ainda não sabemos o amanhã.
Amanhã pode ser que o sono perdido não me faça mal. O sonho guardado talvez apareça depois. Mesmo que significá-lo demore mais, mesmo que tudo fique distante.
A vida não é um jardim florido, como acreditávamos em um tempo recente e que já não sabemos contar. Os galhos secos, que horrorizam o outono, encondem raízes vivas e profundas na terra.  Logo o vento muda e as folhas voltam a crescer. Assim, tudo transforma. Você, eu, as árvores e o mundo. 
Eu gostaria de te dizer coisas tocantes, como aquelas escritas em convites de casamento, mas quando penso em algo do tipo...desato a rir, faço piadas e me lembro que somos corpo e essência, que a palavra é mero instrumento de dizer o que se articula na consciência, e o sentir...sabe-se lá onde está escondido.
Confesso que em alguns momentos, em muitos momentos, penso em um futuro para nós. Temo por você, já que não represento nada, assim, tão promissor. A ansiedade acaba quando você, calmamente, pergunta: Você foge de quê? Minha resposta é ficar mais um pouco. Esse mais um pouco talvez seja sempre, não sei, nem é possível saber.
E se alguém me perguntar: O que é o amor? Eu direi: É um substantivo que teimam em personificar. Direi também que é uma ideia, lucrativa, ora se não é! As novelas na TV, estão aí para nos provar.A você direi que o amor é algo de que não se fala. Não é substantivo nem se transforma em verbo, e se não se enquadra nessas normatizações garanto que não é palavra.


A terra em mim, um grão em você...assim seguimos, sem conhecer a cor do elo que nos prende.

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