quinta-feira, 21 de abril de 2011

Nuvens

Quem brincou com suas formas?
Qual é a mágica em questão?
Quem foi o Homem tão sabido,
Que suspendeu essas montanhas de algodão?

Brancas formas bailam pelo céu,
Bolas, bichos, barcos...
Azul e branco,
Luz e sombra.

Horas de uma vida a observar
Fantasia inocente e sem pretensão
Adorável gosto de trilhar
As vias da imaginação.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Saiam da caverna

Liberdade que vai até o limite que não é o do outro
Democracia que é praticada pelo povo a cada dois anos
Direitos que são de uns e não de outros
E que têm até tabela de preço
Garantia de sermos logrados constantemente
Tudo isso é nossa realidade
Tudo isso é a "verdade" que nos governa
Vamos lá meu povo!
Saiam da caverna.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Culpa?

A agressividade dos dias atuais
Nos revela que somos de fato animais
Buscamos sempre a paz
Ou pregamos essa premissa
Mas cumprimos a nossa parcela?
Creio que tudo fica no discurso
Por isso existem ainda tantas mazelas

Culpa? O que é isso?
Resquício da catequização
Desculpa de quem não se responsabiliza
De quem compacede com o discurso
Mas não estende a mão.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Paisagem urbana

Monumentos do progresso
Hipnotizam por sua grandeza
Ocultam a pobreza.

Mistura de tons foscos
Um céu doente, acinzentado
A cidade é concreto
É concreta.

Movimento constante
Um homem alheio e distante
Debaixo da ponte
Parado.

O muro não se defende do pichador
É o limite que o separa do progresso
Limite que é a razão do manifesto.

"Quero paz nas quebradas."

Denúncia-pedido
Do vândalo-artista
Que tinge o concreto
Com seu desenho-palavra
Real.

A cidade
Berço da doença moderna
Intolerância, irritação.
E o caminho de volta
Peregrinação sobre rodas.

Algum verde resite
Tão pouco e tão triste
Vida condenada.

Poeira, fumaça, barulho
Buzina
Olhos vermelhos
Dor de cabeça
Cansaço.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Sem inspiração

Estar sem inspiração é encontrar-se  numa sala vazia
É como não ter onde sentar quando as pernas vacilam
Como não ter onde se apoiar quando o corpo não se sustenta.

Estar sem inspiração é andar em meio a multidão e não reconhecer nenhum rosto
É como comer seu prato preferido e não sentir o gosto
É como andar sem estar disposto.

Estar sem inspiração é como não existir
É como passar pela rua sem ser percebido
É como dizer oi a um amigo e não ser reconhecido.
A falta  de inspiração é estado da criação.