sábado, 9 de outubro de 2010

Dois

O amor requer Dois
O filho também requer
É uma relação de dependência
Uma depedência da existência
O sexo é troca, é prazer, é lazer, é batalha
Dois corpos, sem vergonha e livres de julgamento
Movimentam-se em uma dança
Entrelaçam suas matérias

O amor é o que nomeia a relação
Do pai com o filho
Da irmã e do irmão
Do homem e da mulher
De qualquer um que o quiser.
O sexo, o amor, a relação
Relacionam-se ao mesmo tema
Reviram o coração.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Ventania


Vem do inconsciente
Aquilo que estava adormecido
A dor que incomoda
A lembrança do que foi vivido
A voz da professora
O  livro que já foi lido
O gosto do primeiro beijo
E o trauma do coração partido
A saudade de quem foi embora
O alívio por quem ficou
A lágrima desta hora
Que os meus olhos inundou.

Menino

Quadrupedes na avenida
Bípedes no corredor
Bala no farol.
Abaixa a cabeça!
É o menino tentando ganhar a vida
É o menino que tira a vida
É a vida que tira o menino
Tiro no menino
De onde o menino veio?
Quem é o menino?
Ele é igual a mim
ou
É igual a você
O menino não tem nome
O menino não tem chance
O menino tem fome
Corre...
Corre o Quadrupede
Corre o Bípede
E o menino, como corre
Corre tanto
Corre a pé
Corre descalço
Corre, corre, corre, corre
Corre um pra lá
Corre outro pra cá
E o menino corre pra onde der
Corre não sei de que
Corre da vida
Corre de suas feridas
O menino corre pra viver.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Poema

As ideias correm desordenadamente
Símbolos, Signos, Sons.
Os sentimentos correm e dividem-se
Formam dois rios com sentidos inversos
O esforço para que se encontrem é grandioso
É necessário recorrer ao sobrenatural, ao fantástico.
É necessário invocar o que está guardado, adormecido
Respiração...
Pausa...
Reflexão...
O Ser transborda sua essência
E Ele nasce, extrapola as fronteiras do Ser.
Agora está exposto.
Sofre com a existência em um mundo real
Sente dores ao entrar em contato com o entendimento cruel das vistas dos outros
Inseguro e sozinho Ele chega
Revela e provoca
Silencioso e cheio de intenções
Está pronto, agora não é mais possível ter controle sobre Ele.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Vento

Ventos que trazem respostas,
Sopram palavras aos meus ouvidos
Ventos da minha Natureza
Ventos que sopram com sentido.
Brisa de pura calmaria
Fusão do real com o imaginário,
Tragam a inspiração de cada dia,
Tragam o meu discurso diário.
Sopra Vento, sopra...
Sopra em todas as direções
Espalhe por aí as "boas novas"
Provoque dúvidas e inquietações.