quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Adeus ano velho

O ano passou
e o que ficou
ficou.
O ano correu
tão rápido
apressado,
Quem estava distraído
nem percebeu
Ao longo desse ano muita coisa aconteceu
O que era fraqueza
se fortaleceu
O que era destempero
é agora Ideal
O que era chama virou labareda
O que era gelo derreteu
E nada do que era está igual.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Neurose da vida

Antítese existencial
Sofrimento fundamental
Ser é a questão do sujeito
Ardência de si mesmo
Nó atado no peito

E não tem jeito
Não tem jeito

Cativo de si
Cansado de si
Imagem retorcida
No espelho da alma
Neurose da vida
Busca incessante pela calma.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Tecido

Agulha
Barbante

Prende
Entra
Sai

Elo
Laço

Cresce a malha
Em negra linha
Ponto a ponto
"Crocheteando" a vida

A morte de um belo jardim

No jardim
Há três roseiras
Cada uma com três rosas
Mas deixaste de regar a terceira,
Depois a segunda,
Em seguida a primeira
Deixaste de adubar a terra
As pétalas caem uma a uma
Gotas de tom vermelho
Caem na terra seca
Você não vê?
Não vê!
Seu jardim morre,
As raízes enfraquecem
O sol cada vez mais forte.
O beija-flor encerrou suas visitas diárias
As minhocas decidiram esburacar outro canteiro
O abandono do jardim já dura um ano inteiro.
A arrogância não lhe permite ver
Que precisas da ajuda de outro jardineiro.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Estrela Negra - Homenagem póstuma à Stela do Patrocínio

Estrela Negra
Brilha iluminada sombra
Ensina a olhar para dentro
Palavra que transforma
Areia a mercê do vento
Poética Estrela
Sabedoria singular
Vida, momento, amor
Sentimento, destino, lugar
Estrela Negra
Negava a coragem que tinha
Mas era corajosa Estrela
Corajosa, paciente e linda
Reino absoluto do ser
Honestidade da palavra sentida

Brilha lá no alto Estrela
Brilha eternamente
Transformando palavra
Transformando bicho
Ensinando a gente.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Dona Lagartixa

Com patinhas apressadas
Corre Dona Lagartixa
Será pressa de cochichar?
Será que o rabo vai espichar?
Será medo do gigante?
Calma Dona Lagartixa
Aqui não há elefante.

Por debaixo das flores
Ela gela e perde o rabo
E faz jus a natureza
De seu ciclo inacabado.