sexta-feira, 29 de março de 2013

Vozes de amor (Experimentação)

"Vaga e indecisa palavra" - ( A definição de /amor/ na voz de algum dos narradores enigmáticos de Guimarães Rosa.)




Eu amo, e não quero dizer, mas eu amo. E amor não tem nada a ver com pinto, também, mas não necessariamente.
Amo e falo a quem devo dizer, e esse amor frutifica. Não estamos satisfeitos.
Eu amo, mas não me vejo no fundo dos olhos do outro, sofro, sofro, personagem de telenovela. Ah, Narcilene, você é  ridícula!
Amor, palavra morta, sem a letra T. T amo, para quê? Hein? Me diz. Faltou o R. Hã? Amor T.
Tivemos um filho e você se foi, definhei, me matei, já não existo, e você ficou. A cartomante me disse que meu futuro seria brilhante, que conheceria alguém. Não. Meu espelho se quebrou. Não suportei.
Acredito no amor, tenho fé, sigo o exemplo de Deus, que amou o mundo. E amo meus filhos, minha família, vou amar até morrer. Morrer?
É, morrer! Isso mesmo, todo mundo vai morrer. Por isso eu não amo ninguém, para quê? Vou perder meu tempo? Não, vou viver comigo mesmo, aproveitar meu tempo, cuidar de mim.
Quero alguém que cuide de mim, eu não dou conta,  e aviso logo, sou ingrata, egoísta, isso mesmo, uma vaca de tão egoísta, entendeu?  Então ok!
- Amor, teci uma colcha para nós! Você demorou...tudo bem, o inverno só chegou agora.

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