sexta-feira, 8 de abril de 2011

Paisagem urbana

Monumentos do progresso
Hipnotizam por sua grandeza
Ocultam a pobreza.

Mistura de tons foscos
Um céu doente, acinzentado
A cidade é concreto
É concreta.

Movimento constante
Um homem alheio e distante
Debaixo da ponte
Parado.

O muro não se defende do pichador
É o limite que o separa do progresso
Limite que é a razão do manifesto.

"Quero paz nas quebradas."

Denúncia-pedido
Do vândalo-artista
Que tinge o concreto
Com seu desenho-palavra
Real.

A cidade
Berço da doença moderna
Intolerância, irritação.
E o caminho de volta
Peregrinação sobre rodas.

Algum verde resite
Tão pouco e tão triste
Vida condenada.

Poeira, fumaça, barulho
Buzina
Olhos vermelhos
Dor de cabeça
Cansaço.

3 comentários:

Anônimo disse...

Ana, texto belissimo.Urbano e sensivel. Parabens pelo blog.

Jose Nelson Matos

Anônimo disse...

Prabéns Ana.
Texto de ótima qualidade,atual e ao mesmo tempo com um tom gótico.
Beijos
Lu

Ana Alves Oliveira disse...

Muito obrigada gente, esse blog não teria sentido sem vocês.