Monumentos do progresso
Hipnotizam por sua grandeza
Ocultam a pobreza.
Mistura de tons foscos
Um céu doente, acinzentado
A cidade é concreto
É concreta.
Movimento constante
Um homem alheio e distante
Debaixo da ponte
Parado.
O muro não se defende do pichador
É o limite que o separa do progresso
Limite que é a razão do manifesto.
"Quero paz nas quebradas."
Denúncia-pedido
Do vândalo-artista
Que tinge o concreto
Com seu desenho-palavra
Real.
A cidade
Berço da doença moderna
Intolerância, irritação.
E o caminho de volta
Peregrinação sobre rodas.
Algum verde resite
Tão pouco e tão triste
Vida condenada.
Poeira, fumaça, barulho
Buzina
Olhos vermelhos
Dor de cabeça
Cansaço.
3 comentários:
Ana, texto belissimo.Urbano e sensivel. Parabens pelo blog.
Jose Nelson Matos
Prabéns Ana.
Texto de ótima qualidade,atual e ao mesmo tempo com um tom gótico.
Beijos
Lu
Muito obrigada gente, esse blog não teria sentido sem vocês.
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