segunda-feira, 7 de maio de 2012

No dia seguinte

Usava uma camisola de seda azul, sentada numa espreguiçadeira na sacada de seu apartamento apreciava a noite viva na cidade acompanhada de uma taça de vinho branco. Tivera um dia difícil. Não queria pensar na agenda do dia seguinte, mas pensava e bebia, pensava e bebia. Até que adormeceu. Acordou com frio e uma leve dor de cabeça, levantou-se e percebeu que havia algo errado em seu apartamento, não conseguia identificar, mas algo estava fora do lugar. Olhou no relógio, se não se apressasse chegaria atrasada ao trabalho, tomou banho e saiu, o metrô estava lotado, sentia-se cansada logo pela manhã, como se seu dia estivesse para terminar, como que por "osmose" deixou a composição. Quando chegou à rua, que era seu destino, surpreendeu-se, o prédio onde trabalhava havia desaparecido, andou a rua de ponta a ponta, como se o prédio pudesse ter mudado de lugar, estava desesperada, pensava no atraso, nos compromissos, no encontro com Augusto da contabilidade, chegou a pensar que talvez estivesse enganada já que nas grandes cidades as ruas costumam ser muito parecidas, olhou uma placa, era mesmo aquela, viu um senhor de barba longa e cabelos grisalhos do lado oposto ao que estava, atravessou para perguntar a ele se conhecia o edifício Girassol. Acordou com frio e uma leve dor de cabeça, levantou-se e percebeu que seu gato havia derrubado sua imagem de São Francisco de Assis. Telefonou para o escritório avisando que não iria trabalhar.

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